A baleia jubarte (Megaptera novaeangliae), também conhecida como baleia de grandes nadadeiras, é uma das espécies de baleias mais queridas e conhecidas dos oceanos. Com um corpo robusto e nadadeiras peitorais que podem atingir até um terço do comprimento de seu corpo, essas gigantes podem chegar a 16 metros de comprimento e pesar até 40 toneladas. Seu comportamento único e espetacular faz com que seja uma das principais atrações em passeios de observação de baleias em diversas regiões do mundo.
A coloração da baleia jubarte é geralmente preta ou cinza escura, com manchas brancas na barriga e nas nadadeiras peitorais. Suas nadadeiras, extremamente longas, são uma característica marcante, assim como sua cauda, que exibe padrões únicos de cores em preto e branco, possibilitando a identificação individual de cada animal.
As baleias jubarte fazem parte do grupo dos misticetos ou “baleias de barbatana”, que se alimentam de pequenos organismos marinhos, como o krill e pequenos peixes. Suas bocas possuem estruturas chamadas de barbatanas, que funcionam como filtros para capturar alimentos enquanto expeliam a água.
Como mamíferos, as jubartes respiram ar e têm pulmões. Seu famoso "esguicho" ocorre quando o ar quente é expelido dos pulmões, criando uma nuvem de vapor d'água ao entrar em contato com o ar frio. Apesar de poderem permanecer submersas por até 30 minutos, elas geralmente fazem intervalos respiratórios mais curtos e aparecem em mergulhos rasos, especialmente ao redor do litoral brasileiro.
Uma das características mais notáveis da baleia jubarte é sua capacidade de migração. Elas percorrem até 9.000 km por ano, saindo das águas geladas da Antártida, onde se alimentam, até as águas tropicais do Brasil, onde se reproduzem. No Brasil, a Costa dos Abrolhos, no sul da Bahia, é uma das principais áreas de reprodução dessa espécie, especialmente entre julho e novembro, quando ocorre a maior concentração de jubartes.
As baleias jubarte migram entre áreas de alimentação próximas aos polos e áreas de reprodução em regiões tropicais. Elas podem ser vistas nas águas ao redor do Havaí, Polinésia Francesa, além das ilhas brasileiras.
A baleia jubarte é encontrada em quase todos os oceanos do planeta, exceto no Ártico. Suas populações migram anualmente, com exceção de uma população que habita o Mar da Arábia, ao longo da costa de Omã. A população brasileira de jubartes já esteve ameaçada pela caça predatória, mas, com os esforços de conservação, hoje conta com cerca de 20.000 indivíduos, comparado a apenas 1.000 nos anos 1980.
O comportamento da baleia jubarte é fascinante. Elas são conhecidas por saltarem fora d'água, exibindo suas caudas imensas em um espetáculo de acrobacias. Outra característica marcante é o "canto da baleia", produzido pelos machos para atrair fêmeas ou para marcar território. Pesquisas feitas em áreas de grande concentração de jubartes, como na Ilha de Santa Bárbara, ajudam a entender melhor esses comportamentos.
Os machos são os responsáveis pelo famoso canto da baleia, uma série de sons que podem durar horas e que, até hoje, intrigam os cientistas. Este comportamento é observado especialmente nas áreas de reprodução, sendo uma das formas mais evidentes de comunicação entre as baleias.
Graças a projetos como o Projeto Baleia Jubarte, iniciado em 1988, a população dessas baleias voltou a crescer significativamente. Em 2014, a baleia jubarte foi retirada da lista de espécies ameaçadas de extinção no Brasil, um marco importante para a conservação da espécie.
Se você deseja avistar baleias jubarte no Brasil, alguns destinos turísticos se destacam:
Considerado um dos melhores lugares para observar as jubartes. De julho a novembro, cerca de 90% das baleias que migram para o Brasil podem ser vistas nessa região. Passeios de barco são comuns e proporcionam uma experiência inesquecível.
Entre julho e outubro, Praia do Forte oferece uma oportunidade fantástica de avistar baleias jubarte. Os passeios são organizados pelo Projeto Baleia Jubarte e incluem uma experiência educativa sobre a conservação desses animais.
A costa capixaba também é uma excelente opção para a observação de baleias jubarte. Passeios saem da capital Vitória, onde cerca de 20 mil baleias passam anualmente.
Regiões como Ilhabela, São Sebastião e Ubatuba têm se tornado populares para avistar baleias jubarte durante sua migração. Passeios de barco são organizados na alta temporada, que vai de julho a outubro.
Conhecido por suas águas claras e belas paisagens, Arraial do Cabo também oferece a chance de ver as jubartes de perto, especialmente em passeios de barco no Pontal do Atalaia.
Esses locais não só proporcionam uma experiência única com a vida marinha, mas também contribuem para a conscientização ambiental e a preservação das baleias jubarte.
Sim, as baleias jubarte dormem, mas de uma maneira diferente dos mamíferos terrestres. Elas precisam estar semi-alertas para subir à superfície e respirar. Por isso, apenas metade de seu cérebro "desliga" durante o sono, enquanto a outra metade continua ativa para controlar a respiração e monitorar o ambiente.
O comportamento de saltar fora d'água, conhecido como breaching, pode ter várias finalidades. Algumas teorias sugerem que o salto serve para remover parasitas da pele, comunicar-se com outras baleias ou simplesmente como um comportamento lúdico.
Embora as baleias jubarte não tenham uma interação direta com humanos na natureza, elas são conhecidas por se aproximar de embarcações durante passeios de observação de baleias. Esse comportamento é chamado de spyhopping, onde a baleia levanta a cabeça fora d'água para observar seu entorno, inclusive os humanos.
Os predadores naturais da baleia jubarte são poucos, devido ao seu tamanho. No entanto, filhotes de jubarte podem ser alvo de orcas, especialmente durante a migração. Além disso, as baleias também enfrentam ameaças de atividades humanas, como redes de pesca e colisões com embarcações.
Não, as baleias jubarte não podem viver em cativeiro. Além de seu grande porte, elas precisam de vastos espaços oceânicos para suas migrações e comportamentos naturais. Tentativas de manter grandes baleias em cativeiro geralmente resultam em problemas de saúde e estresse para os animais.
A expectativa de vida de uma baleia jubarte pode chegar a 80 anos ou mais, desde que estejam em um ambiente protegido de ameaças humanas, como a caça e a poluição dos oceanos.